quarta-feira, 31 de julho de 2013

O Fotógrafo







Bom dia caros fregueses... Com saudades de nossos pratos especiais? Sentem falta de se alimentar daquele terror que sobe pela espinha e que atormenta nossas mentes? Então não mais sintam a falta dessas n sensações maravilhosas que nossos pratos lhe trazem... Estamos trazendo novos sabores para todos vocês e eu, seu garçom, tenho o prazer de lhes dar este pequeno tira gosto enquanto aguardam a refeição principal.

O Fotógrafo


Parei em minha posição,
Sorria ele me pediu...
Assim o fiz obedientemente.
Sorri para o fotografo em minha frente,
Sorri falsamente.

Estaria eu ali naquele momento
Caso não fosse a obrigação imposta a mim?
Tão certo quanto o sangue que corre em mim
A resposta é não...
Estou ali com a alma em tormento.

Em breve me casarei sem amar,
Interesses familiares me levaram aqui...
De nada adiantou minha oração de ontem.
Pedi a Deus para me levar,
Qualquer destino seria melhor que este
que fora a mim imposto.

Sorri para o fotógrafo,
Meu vestido curto me incomoda,
Meu coração está apertado,
Segurando dentro de si minhas lágrimas.
Ainda peço em minha mente
Que Deus leve minha alma rapidamente.

Olho para o homem que segura
A câmera em mãos,
Ele sorri para mim e me pede para
Ficar em uma nova posição...
- Sei o que aflige seu coração...
Disse-me ele assim do nada me surpreendendo.

- Sabe então a angustia que sinto,
E o desespero que me corrói?
Peço a Deus para levar-me desse mundo,
pois nunca fui feliz, sei apenas o que dói.

- Deus não leva almas embora,
Digo pois isso agora,
Deus tem a todos como brinquedo,
e o sofrimento é sua diversão.

- Se Deus não leva minha alma,
Que faça isso o Diabo então...
O homem olhou-me novamente
Riu de minhas palavras.
- Moça inconsequente...

- Não sabe que o Diabo não brinca.
O sofrimento que ele traz não é diversão,
É sua profissão...
Alma nenhuma fica inteira em sua mão.

- Mas se for assim, nas mãos do demônio
 a minha salvação,
Que venha o sofrimento então.

O fotografo riu, diferente de antes,
Vi seus olhos ficarem em tonalidades vermelhas
E cintilantes.
Depois disso vi apenas o flash da máquina,
ele não o usara antes.

Então naquele momento o fotógrafo foi-se embora,
E o que restou na cadeira em que eu estava
Era apenas meu corpo inerte,
Minha alma havia sido retirada naquela hora.

E foi-se o fotografo,
E em seu álbum maligno,
Mais uma alma em tormento
Era adicionada naquele momento...

Gostaram do aperitivo caros fregueses? Espero que tenham saboreado a pitada de sofrimento que eu acrescentei... Ah, e não se esqueçam que podemos registrar esse momento, sorriam que eu trago até a mesa o fotógrafo oficial da casa... vocês o querem? 

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

O Hospital - Primeira parte



Olá caros fregueses, trago á vocês esta noite uma história de se apreciar aos poucos, sentindo cada medo descendo pela garganta, doce e delirante. Nesta primeira parte começarão a conhecer a história de uma garota que irá descobrir que há lugares onde a insanidade humana pode nos atingir de surpresa... apreciem a entrada.

O dia estava nublado e o vento soprava por todo o terreno atrás do hospital. Dava para ver bem de onde Anita estava. Os jornais velhos sendo levados e despedaçados, algumas das folhas desgarradas se desmanchavam nas pequenas poças d’água, o faxineiro que lutava para poder arremessar o lixo na lixeira. Um dia comum, parado, como todos os que ela estava passando deitada naquele leito hospitalar.

“É uma simples operação das amígdalas.”, seus pais falaram. “Não se preocupe jovenzinha, são apenas alguns dias.”, falou o médico. Para eles era algo fácil de falar, mas esses poucos dias para Anita estavam sendo os piores da vida dela até aquele momento. Como as suas amígdalas puderam fazer isso com ela? Inflamaram justo na semana em que os Dead Roses fariam um show no Brasil. A banda de rock do momento, os cinco caras pelos quais as adolescentes de quinze anos como ela se espancariam para poder tocar a mão neles. Agora ela estava ali, muda, abandonada em frente aquela janela.

Anita estava chateada, não, mais do que isso, revoltada com tudo e com todos, até aquela velha babona deitada no leito ao lado a irritava. Uma pobre velha que mal se movia aguardando uma cirurgia na bacia.

Um som oco começou a percorrer o ambiente, o som de pequenas gotas de chuva que começaram a se precipitar sobre a janela. Anita olhou e, pasme, até começou a contar cada uma das gotas que caíam. Desistindo, porém, na décima que se espatifou no vidro. E ficou ali hipnotizada com a chuva que rapidamente passou de um chuvisco para um aguaceiro impressionante. Coitado do faxineiro, ainda estava em frente à lixeira naquele momento.

 Foi o único momento em que Anita esboçou um leve sorriso, achando hilária a maneira como o pobre homem deixou a lata cair no chão e passou a correr desesperadamente.

Mas seu breve divertimento foi interrompido por duas enfermeiras que entraram no quarto, empurrando um leito onde estava deitada uma garota desacordada com o rosto pálido, cabelos loiros e curtos que estavam muito despenteados. E o que mais impressionou Anita, os pulsos da garota estavam amarrados á cabeceira da cama. “Esta está dando trabalho.” Comentou rapidamente uma das enfermeiras em voz alta antes de deixarem a sala e novamente apenas o som da chuva tomar o ambiente.

Anita olhou para os lados, observando se não havia alguém acordado, após constatar que não ela passou a observar a garota que trouxeram. A nova hóspede do hospital despertou uma curiosidade nela, pois fora Anita a “loira adormecida” era a única jovem do quarto em que estavam.

E após um minuto de observação ela resolveu ir até a garota. Novamente olhou procurando alguém que estivesse acordado, novamente ninguém o estava. Anita lentamente removeu o cobertor de cima do seu corpo, a chuva ainda caía torrencialmente. E na mesma velocidade em que retirou o cobertor ela começou a descer da cama, ao encostar a ponta do dedão no chão frio e liso um pandemônio urrou pelo local, um trovão que fez até a cama dela tremer. Porém Anita não se importou, estava hipnotizada pela nova paciente e desceu por completo da cama. E a chuva se cessou, deixou de se precipitar em ruídos na janela, como um ator que abandona o palco por causa do desinteresse de seu público.

E foi caminhando bem lentamente até o leito da desacordada, bem... lentamente, um passo... de cada vez.
Após alcançar seu objetivo Anita começou a passar as mãos pelo pulso amarrado da paciente, estranhava, se perguntava o porquê daquilo. E observou o rosto pálido e os olhos fechados que ostentavam marcas de lágrimas. Anita aproximou seu rosto ao da garota para observar melhor aquele semblante. De repente sem que ela percebe-se os dedos das mãos da garota começaram a se mover, e os olhos dela abriram tão rapidamente que assustou Anita, fazendo-a cair de costas no chão.

Ainda atordoada pela queda ela olhou para o leito acima dela, onde a garota loira a observava com um olhar de desespero e falando num tom baixo, quase inaudível:

– Me tira... daqui. Por... favor. Eles são loucos...



Aguardem caros fregueses, estou indo buscar o resto do prato...

domingo, 4 de setembro de 2011

Lobo Solitário



Olá meus caros fregueses. hoje trago para vocês um prato, confesso que não é farto em letras, mas é farto de terror e pena. Deliciem-se com o prato.


Estou envolto de grama e árvores, pisando em terra úmida ao invés de asfalto, iluminado pela luz da lua cheia em cima de mim ao invés de luzes elétricas em postes de concreto.

Ah! A luz da lua, sua luz gelada e reconfortante, a única coisa que parece confortar meu coração que agora pulsa absurdamente acelerado.

Não posso mais viver entre aqueles que eu cresci, não posso mais viver entre os homens comuns das cidades, pois agora eu lhes desejo arrancar o coração e tomar de seu sangue.

Meu abraço não mais é caloroso, é peludo e literalmente capaz de esmagar. Minhas mãos não podem mais acariciar, agora ela possui enormes unhas afiadas feitas para destroçar.

Minha boca não pode mais ser beijada, agora minha face ostenta um focinho repleto de dentes assassinos. E não posso viver com aqueles como eu, pois os odeio por terem me tornado o que sou agora.

O que não entendo é o motivo de eu não voltar a ser normal, como eles conseguem como os vi fazendo. Então o que me resta é vagar sozinho com esta aparência monstruosa, o que me resta é deixar com que a fome me tome por completo e eu me perca de minha sanidade, o que me resta é simplesmente ser um lobisomem.

Espero que tenham se deliciado, pois nosso pagamento é o medo e o terror em vossos corações...

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Aos Mestres com Carinho

A partir de hoje vou começar a postar algumas montagens em homenagem aos mestres do terror e fantasia brasileiros. Começando pela linda Liz Vamp.


segunda-feira, 13 de junho de 2011

Fugindo da temática 2




Bem gente, ainda estou sem poder postar contos e ficar por muito tempo "navegando na net", mas as poucas vezes que entro posso escrever um miniconto pra vocês, espero que aproveitem e me sigam no twitter =) @diegoescritor


Quem mais está aqui para me ver? Sou como a árvore que cai numa floresta vazia. Emiti algum som? Existo na realidade? Como existir se ninguem me percebe, se ando sempre sozinho.

Quem me botou neste mundo assim? Apenas um espectro transparente e consiente. Vejo as pessoas, posso afetá-las, posso ludibriá-las. Mas não posso tocar, conversar, nada...

Acredito ser eu um demônio, não tenho asas para ser um anjo, não tenho a bondade para tal também. Apenas me divirto vendo o sofrimento. Um suicidio aqui, um assassinato ali, tudo para me satisfazer, abandonar o tédio. Mas se sou um demônio cadê meus irmãos?

Após tanto tempo de existência posso dizer apenas uma coisa da qual acredito fielmente que posso ser. Meu desprezo pela vida, minha vontade de explicar minha existência, minha solidão. Pondero ser eu apenas aquilo que todos chamam de "verdadeira natureza humana". Existirá a natureza humana oposta a mim? Encontrarei-a algum dia? Sou isso que acredito ser?

Não tenho resposta, então apenas almejo ver mais sangue, morte e ódio. Assim me despreocupo e saio da monotomia....

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Fugindo da Temática

Bem aqui sou eu o criador do blog, estou sem net em casa e meio que não está dando para postar contos, não esqueci o blog nem sua temática, mas deixo esse unico post para contar o do porque de meu sumiço e também para fazer algo que dizem que é meu ponto fraco em minha escrita. Dizem que eu não coloco muita violência em meus contos e textos (mas é verdade, não gosto muito de escrever violência explicita, eu vejo e leio mas meio que não gosto de escrevê-la, sei lá, não gosto de apelar pra sexo e violências explícitos). Então nesse post especial colocarei um miniconto onde haverá violência e o grande detalhismo de sangue e estripação. Vejamos o que acontece =) .

Mulher Insana

O lençol branco fora maculado pelo perturbador vemelho do sangue, vermelho vivo que antes percorria as veias de um corpo agora morto. Uma delicada boca de lábios finos lambia os lençóis e a cada lambida um gemido de prazer era audível.

Mulher insana que deita no lençol ensopado de sangue. Uma mistura de horror e feitiche. Sexo e psicopatia unidos em um mesmo tom de luxuria e satisfação. Ao lado no criado-mudo repousava a faca usada no ato maníaco. Ao lado - estirado no chão - o corpo de um homem qualquer, seduzido em uma festa, levado a acreditar que se divertiria na noite. Mas apenas uma pessoa se divertiu.

Mulher insana que no ato do prazer matou seu companheiro de orgia, estripou-o, cortando-lhe da garganta á pélvis. E gozou em seu ato ao sentir a vida se esvairindo daquele corpo junto ao líbido.

Pois agora é bom fechar as densas cortinas negras do quarto, terminar de beber e repousar. Pois é quase hora do amanhecer e, demoníaca mulher insana, não vai querer que o sol lhe toque a pele e te prives de prazeres futuros, acabe com a festa e com a matança que seu corpo tanto ama, seu líbido tanto deseja...

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Rescisão Contratual







Olá queridos fregueses, sentiram falta de nossos pratos? No prato de hoje lhes darei um doce sabor de uma vida amaldiçoada com a própria vida. O Que faz um homem que quer morrer, mas lhe impedem disso? Cuidado com aqueles que vocês fecham um acordo...

Rescisão Contratual
A noite era fria
E lá fora o vento forte
Se ouvia
 

Em sua canção
De acelerar o coração
Sempre assoviando
Sua melodia de horror
 

Estava em minha cadeira
Feita de madeira,
Madeira velha e podre
Que rangia
A cada balançar que nela
Eu fazia
 

Apenas um cobertor
De listras brancas e quadrados vermelhos
Era que eu possuía
 

Para aquecer meus cansados joelhos
Ninguém mais a minha volta eu via
Ninguém mais que pudesse
De pena que se compadece
Fazer-me companhia
Neste meu ultimo dia 

Por toda uma vida
A avareza me era guia
Por toda uma vida
Maltratar aqueles ao meu redor,
Era que queria
 

Pensei que não me arrependeria
Daquele acordo
Que há cinqüenta anos eu fazia
Acordo com cheiro de enxofre,
Acordo que com sangue foi assinado
 

E para o abismo havia me levado
Ele não queria a minha alma,
Ele não queria devoção,
Apenas brincar comigo
Demoníaco brincalhão
 

Porque não libera a morte
Para me ceifar
Deixe-me, há anos está a brincar
 

Toma minha alma
Que de nada me vale
Já me tirou à calma
Esse teu jogo de matar
Todos que me cercam,
Mas nunca me levar
 

Agora velho e decrépito
Terei que em sorte tentar
Minha vida tirar
E no inferno, o contrato
De suas mãos arrancar
 

Deixo-me querer viver
A todo canto vagar
Nem céu, nem inferno
Quero habitar



Então, estão ainda com vondade da eternidade, conheço o demonio proprio para isso, querem arriscar?