quarta-feira, 4 de maio de 2011

Rescisão Contratual







Olá queridos fregueses, sentiram falta de nossos pratos? No prato de hoje lhes darei um doce sabor de uma vida amaldiçoada com a própria vida. O Que faz um homem que quer morrer, mas lhe impedem disso? Cuidado com aqueles que vocês fecham um acordo...

Rescisão Contratual
A noite era fria
E lá fora o vento forte
Se ouvia
 

Em sua canção
De acelerar o coração
Sempre assoviando
Sua melodia de horror
 

Estava em minha cadeira
Feita de madeira,
Madeira velha e podre
Que rangia
A cada balançar que nela
Eu fazia
 

Apenas um cobertor
De listras brancas e quadrados vermelhos
Era que eu possuía
 

Para aquecer meus cansados joelhos
Ninguém mais a minha volta eu via
Ninguém mais que pudesse
De pena que se compadece
Fazer-me companhia
Neste meu ultimo dia 

Por toda uma vida
A avareza me era guia
Por toda uma vida
Maltratar aqueles ao meu redor,
Era que queria
 

Pensei que não me arrependeria
Daquele acordo
Que há cinqüenta anos eu fazia
Acordo com cheiro de enxofre,
Acordo que com sangue foi assinado
 

E para o abismo havia me levado
Ele não queria a minha alma,
Ele não queria devoção,
Apenas brincar comigo
Demoníaco brincalhão
 

Porque não libera a morte
Para me ceifar
Deixe-me, há anos está a brincar
 

Toma minha alma
Que de nada me vale
Já me tirou à calma
Esse teu jogo de matar
Todos que me cercam,
Mas nunca me levar
 

Agora velho e decrépito
Terei que em sorte tentar
Minha vida tirar
E no inferno, o contrato
De suas mãos arrancar
 

Deixo-me querer viver
A todo canto vagar
Nem céu, nem inferno
Quero habitar



Então, estão ainda com vondade da eternidade, conheço o demonio proprio para isso, querem arriscar?

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